Marco de Canveses > Candoz > s/d > José Ferreira Carneiro, nascido em 8 de setembro de 1948, dia da festa de Nossa Senhora do Castelinho, na quinta de Candoz, Peredes de Viadores, Marco de Canaveses. Entre Douro e Minho, Portugal. Produtor-engarrafador de vinho verde.
Lourinhã > Praia da Areia Branca > 18 de agosto de 2025 > O Zé na festa de aniversário da mana Chita (que fez 80). São agora os manos mais novos da família Ferreira Carneiro,
Fotos (e legendas): © Luís Graça 2025). Todos os direitos reservados [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
É o nosso mano querido, José Ferreira Carneiro, o nosso Zé,
Esta idade ninguém ta dá,
Nem com brancas no cabelo,
Sê feliz agora e já,
Sê Carneiro, e não... Camelo!
Erguemos a taça à tua,
Brinde:
É o mais novo dos nossos manos,
Mesmo quando a saúde lhe prega partidas,
Ao nosso Zém afinal, não falta nada:
faz anos hoje, 8 de setembro,
77 anos, uma capicua.
Nasceu em 1948, na festa da Senhora do Castelinho.
Tem um filho, Pedro, e um neto, Diogo.
A primeira esposa morreu, cedo,
Carmen, mãe do Pedro.
Voltou a casar, agora com a Teresa.
Vive com ela (e a sogra, a Dona Olinda) em Matosinhos.
São Mamede de Infesta, Padrão da Légua.
Trabalhou nos seguros.
Está agora reformado.
Também foi técnico de gás, como trabalhador independente.
É um jeitosinho, um homem dos sete ofícios.
Ainda aprendeu, com o pai, a arte de ramadeiro.
Mas não ficou na terra,
o apelo da cidade, a Invita, o Porto, era maior.
Lá podia estudar e fazer-se homem.
Hoje já tem Gmail,
como qualquer português que se preze.
Mas não faz parte da Tabanca Grande,
até porque não esteve na Guiné.
Foi às sortes, fez a tropa.
Foi parar ao Norte de Angola, em 1970/72,
como 1º cabo de transmissões,
numa companhia mista, de metropolitanos e angolanos.
Não fala da guerra colonial.
Não fala com emoção.
Passou, passou, o tempo da tropa e da guerra.
Gostou de Camabatela e de Luanda.
Andou na região do café, com a sua companhia
a guardar as costas dos grandes fazendeiros do café.
O que ele mais adora é vir trabalhar na Quinta de Candoz,
onde nasceu.
Duas vezes por semana.
Trabalhar é limpar bordas,
é podar videiras,
é sulfatar,
é aparar carvalhos e castanheiros,
é sachar, é cavar,
é tratar da horta, dos tomates aos pimentos,
é regar,
é rachar lenha,
é limpar as minas,
é manter o sistema de rega,
é fazer o vinho,
é cuidar das cubas de inox,
é engarrafar,
é pôr, com muito carinho, o rótulo "Nita" nas garrafas...
é tudo isto e maisd outras mil e um coisas,
que ele não é de capinar sentado.
E é legalmente o produtor-engarrafador do nosso vinho "Nita".
Adora os manos (Tó e Manel, mais velhos)
e as manas, Rosa (a mais velha), Chita e Nita (que já faleceu).
Ele é o mais novo de seis. O caçula-
É trabalhador, é leal, é alegre, é efusivo, é generoso.
Tem às vezes azar com o "esqueleto".
Já foi operado à coluna.
Devia ter mais cuidado com os trabalhos pesados...
Mas é um "mouro de trabalho".
Não pode estar parado.
Anda agora com um colete, porque partiu uma vértebra.
Estar parado não é com ele.
Está infeliz porque agora vão ser as vindimas,
e o médico não o deixa fazer disparates.
Os mais novos que trabalhem.
Daqui as duas semanas estará pronto para outra.
Fizemos umas quadras, uns versinhos.
De parabéns.
Que ele bem precisa, para levantar o ânimo.
E bem merece.
Afinal, ele é o melhor de todos nós.
Aqui vai, com todo o carinho, umas quadras para o nosso Zé,
Aqui vai, com todo o carinho, umas quadras para o nosso Zé,
que tem direito a festa, alegria, rancho melhorado
... e ânimo no dia dos seus 77 anos
(para mais uma capicua!):
José Ferreira Carneiro,
setenta e sete a contar,
és mano, és companheiro,
sempre pronto a ajudar.
Na guerra foste valente,
setenta e sete a contar,
és mano, és companheiro,
sempre pronto a ajudar.
Na guerra foste valente,
calhou-te Camabatela,
nunca estiveste doente,
nunca estiveste doente,
nem lá partiste a costela.
Homem bom, leal e forte,
não querias ser lavrador,
não te podes queixar da sorte,
Homem bom, leal e forte,
não querias ser lavrador,
não te podes queixar da sorte,
tens família, tens amor.
Rebento da melhor casta,
Dos Ferreira e Carneiro,
Um dia passas a pasta
Ao teu Pedro, engenheiro.
Agora estás no estaleiro,
com o colete a apertar,
logo voltas ao terreiro,
ainda há muito p'ra vindimar.
logo voltas ao terreiro,
ainda há muito p'ra vindimar.
Responde, contente, o Zé
com o seu jeito brincalháo:
“Hei de morrer de pé,
Sou um mouro dum cabrão!"
com o seu jeito brincalháo:
“Hei de morrer de pé,
Sou um mouro dum cabrão!"
Mouro só a trabalhar,
Que no resto é azul e branco,
Passa o tempo a chorar
Por andar agora manco.
"Com a vindima mesmo à porta,
E eu não me posso agachar,
Com esta coluna torta,
Nada faço, nem cantar."
Ao médico, obedece
Não nasceste p´ra morrer,
Nada de freima ou stresse,
Nada de freima ou stresse,
Quem trabalha é p'ra viver.
Nem com brancas no cabelo,
Sê feliz agora e já,
Sê Carneiro, e não... Camelo!
Que a saúde está primeiro,
Sete sete é capicua,
Sete sete é capicua,
Viva o nosso Zé Carneiro!
Brinde:
Setenta e sete anos,
uma vida cheia de trabalho, de generosidade e de amor.
De amor à sua família,
e à nossa família alargada, de Candoz.
É o mais novo dos nossos manos,
mas sempre foi um exemplo de força, de alegria e de companheirismo.
Mesmo quando a saúde lhe prega partidas,
nunca perde o sorriso nem a vontade de ajudar.
Por isso, ao Zé e aos manos,
Por isso, ao Zé e aos manos,
mas também ao Pedro, ao Diogo, à Teresa, à Dona Olinda,
e a todos nós, aqui presentes, levantemos o copo!...
Ao nosso Zém afinal, não falta nada:
tem anos, tem família, tem alegria…
só às vezes lhe falta juízo,
porque o médico mandou-o descansar, por quatro semanas,
e ele já quer é ir para vindimas!
Brindemos a ele,
que descanse muito por agora,
que recupere a saúde,
que beba um copo do nosso vinho
e que dure... pelo menos até aos aos cem!
Viva o nosso Zé!
Candoz e Matosinhos, 8 de setembro de 2025, Alice e Luís
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