Madalena, V.N.Gaia, Casa da Nitas e do Gusto, consoada de 2012
Fotos e texto: Luís Graça (2012)
1.
Manda a nossa tradição
Que se cantem as janeiras,
À patroa e ao patrão,
Gente boa, com maneiras.
2.
Que se cantem as janeiras,
À patroa e ao patrão,
Gente boa, com maneiras.
2.
Mais os seus convidados,
Companheiras e companheiros,
À mesa bem instalados,
Com fama de lambareiros.
3.
Companheiras e companheiros,
À mesa bem instalados,
Com fama de lambareiros.
3.
Saibam todos que isto não é convento,
Nem a Nitas abadessa,
No Natal estica o orçamento,
E põe alegria na travessa.
4.
Nem a Nitas abadessa,
No Natal estica o orçamento,
E põe alegria na travessa.
4.
O patrão, esse, dá de frosques,
Para não ser mais roubado,
Foge do Robim dos Bosques,
E evita o Zé do Telhado.
5.
Para não ser mais roubado,
Foge do Robim dos Bosques,
E evita o Zé do Telhado.
5.
Nesta noite de encantar,
Cantemos, e com a voz quente.
Mesmo c’o a crise a durar,
Ninguém chora, minha gente.
6.
Cantemos, e com a voz quente.
Mesmo c’o a crise a durar,
Ninguém chora, minha gente.
6.
No Natal dos sem abrigo,
Não há de faltar cá nada,
Bem dispenso o formigo,
Mas como um rabanada.
7.
Não há de faltar cá nada,
Bem dispenso o formigo,
Mas como um rabanada.
7.
Pode a saúde estar em cacos,
Acabar-se o alcatrão,
A rua ser só buracos,
Mas faltar esta noite, não!
8.
Acabar-se o alcatrão,
A rua ser só buracos,
Mas faltar esta noite, não!
8.
Saúde agora é saudinha,
Diz o rei mago Gaspar,
Medicamento é mezinha,
Sopa do pobre, jantar.
9.
Diz o rei mago Gaspar,
Medicamento é mezinha,
Sopa do pobre, jantar.
9.
Tristezas não pagam dívidas,
As tuas e as da Nação,
Muito menos faces lívidas
Ficam bem aos que aqui estão.
10.
As tuas e as da Nação,
Muito menos faces lívidas
Ficam bem aos que aqui estão.
10.
O Tio Gusto com o acordeão,
O João com o violino,
Dispenso o rabecão,
Mas não o meu vinho fino.
11.
O João com o violino,
Dispenso o rabecão,
Mas não o meu vinho fino.
11.
Só nos resta o triste fado,
Feito o balanço da Nação
Que penhorou o seu Estado,
Do hospital à prisão.
12.
Feito o balanço da Nação
Que penhorou o seu Estado,
Do hospital à prisão.
12.
Boas festas, senhor Gusto,
Nesta noite de cegarrega,
Não quero saber o custo
Do bacalhau da Noruega!
13.
Nesta noite de cegarrega,
Não quero saber o custo
Do bacalhau da Noruega!
13.
Boas festas, senhores doutores! [, Tiago, João,]
Se aí vem o fim do mundo,
Pra quê quererem ser professores
Se isto vai tudo ao fundo ?
14.
Se aí vem o fim do mundo,
Pra quê quererem ser professores
Se isto vai tudo ao fundo ?
14.
Boas festas, senhor Filipe,
Mais a Poli e o Gaudi, [cão,]
Que não apanhem a gripe,
E p’ró ano tenham um Audi.
15.
Mais a Poli e o Gaudi, [cão,]
Que não apanhem a gripe,
E p’ró ano tenham um Audi.
15.
Tatiana, que é um amor,
Meninos, fonte d' alegria,
João Pedro e Leonor
Mais o Diogo e a Maria.
16.
Meninos, fonte d' alegria,
João Pedro e Leonor
Mais o Diogo e a Maria.
16.
Sorte e azar teve a Sofia
Ao partir uma patinha,
Ó Mamã, diz a Maria,
Vou já buscar a colinha.
17.
Ao partir uma patinha,
Ó Mamã, diz a Maria,
Vou já buscar a colinha.
17.
Boas festas, tia Berta,
Gente boa cá da terra,
Com os netos sempre alerta,
Só ao Zé às vezes berra.
18.
Gente boa cá da terra,
Com os netos sempre alerta,
Só ao Zé às vezes berra.
18.
Parabéns, ó pescador, [Pedro]
Campeão do robalo,
Lá na praia és o maior…
Segredo ? É só apanhá-lo!
19.
Campeão do robalo,
Lá na praia és o maior…
Segredo ? É só apanhá-lo!
19.
A Joana veio ao norte,
Solteirinha, por casar,
Com mais um pouco de sorte,
Voltará de novo a amar.
20.
Solteirinha, por casar,
Com mais um pouco de sorte,
Voltará de novo a amar.
20.
Vamos a ver se o Tiago gosta:
Bons augúrios pelo Natal,
Haverá moura pela costa,
Diz a bola de cristal!
21.
Bons augúrios pelo Natal,
Haverá moura pela costa,
Diz a bola de cristal!
21.
Mesmo sendo tu um Melech Mechaya, [João,]
Se em Cabo Verde passares,
Cuidado, o coração não te caia,
Com uma morna, é melhor parares.
22.
Se em Cabo Verde passares,
Cuidado, o coração não te caia,
Com uma morna, é melhor parares.
22.
A Alice caiu num cacto
E ficou que nem porco-espinho,
Com o diabo fez um pacto
Para lhe poupar… o rabinho!
23.
E ficou que nem porco-espinho,
Com o diabo fez um pacto
Para lhe poupar… o rabinho!
23.
Boas festas, senhor engenheiro [, Rui,]
Um bom ano p’ra sua empresa,
Que ganhe muito dinheiro,
Tenha farta e rica mesa.
24.
Um bom ano p’ra sua empresa,
Que ganhe muito dinheiro,
Tenha farta e rica mesa.
24.
A Sandrinha, enfermeira,
Hoje connosco vai estar,
De greve ficou a parteira,
P’ra mais partos não há lugar.
25.
Boas festas, caro Miguel,
Que és bancário, não banqueiro,
Fiquem os dedos, vá-se o anel,
Que a saúde está primeiro.
Hoje connosco vai estar,
De greve ficou a parteira,
P’ra mais partos não há lugar.
25.
Boas festas, caro Miguel,
Que és bancário, não banqueiro,
Fiquem os dedos, vá-se o anel,
Que a saúde está primeiro.
26.
Parabéns, cara Patrícia,
Nossa vizinha e sobrinha,
Teus meninos são uma delícia,
O Diogo e a Tatianinha!
27.
Parabéns às cozinheiras
Deste tão lauto jantar,
Já não digo mais asneiras,
Vou à rua apanhar ar.
27.
Parabéns, cara Patrícia,
Nossa vizinha e sobrinha,
Teus meninos são uma delícia,
O Diogo e a Tatianinha!
27.
Parabéns às cozinheiras
Deste tão lauto jantar,
Já não digo mais asneiras,
Vou à rua apanhar ar.
27.
O resto do pessoal,
Gente simples, sem peneiras,
Fica pra outro Natal!
Madalena, 25 de dezembro de 2012
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