12 abril 2009

Páscoa 2009 (3): O fascínio do fogo

Não há Páscoa sem foguetes... E sem fogo, não há alegria no Minho e no Douro Litoral... Mesmo com a crise, cada meia dúzia de foguetes custa a módica quantia de 30 euros... 

Quando o compasso chega a uma casa, o fogueteiro sinaliza a sua presença... Os vizinhos, mais à frente, preparam-se, com grande excitação, para a cerimónia... 

É uma tradição rica de significado socioantropológico... À noite, da 'varanda' de Candoz assiste-se, de borla, ao espectáculo único da largada de fogo em cada das diversas freguesias circunvizinhas (do Marco de Canaveses: Paredes de Viadores, Passos de Gaiolo...; e de Baião: Mesquinhata, São Leocádia, Grilo, Ribadouro...). Há palpites, críticas, comentários, exclamações... sobre a quantidade e a qualidade do fogo de cada freguesia... E no final há uma vencedora...

Vídeo e texto: © Luís Graça (2009). Direitos reservados

Páscoa 2009 (2): Aleluia, Aleluia, Cristo Ressuscitou!

Candoz > 12 de Abril de 2009 > A visita do compasso pascal... A casa estava cheia de familiares e amigos... Lá fora chovia... mas havia calor nos nossos corações... 

Este ano tivemos mais gente de Lisboa: além da Alice, do Luís e da Joana, os seus amigos Arq José Paradela, Dra. Matilde e o seu filho Jorge... (Eles ficaram encantados com a hospitalidade, a espontaneidade e a alegria da nossa gente).

Vídeo e texto: © Luís Graça (2009). Direitos reservados

Páscoa 2009 (1): A visita do compasso


A Páscoa, este ano, foi molhada. O compasso visitou-nos, na 2ª feira, já por volta das 15h... Ao almoço não podia faltar o arroz de forno. O anho, em cada ano que passa, está sempre melhor do que o do ano passado. Graças às cozinheiras que a idade vai apurando. Ou então devido à saudade destes sabores. Chovia. O que não impediu a festa... Os foguetes... A família e os amigos, muitos vindo de longe... O compasso, dizem, é tradição sobretudo minhota e duriense que tenderá a acabar. Discutia isso com o Gusto que, segundo as leituras que andou a fazer, faz remontar a origem do compasso pascal à legislação liberal de 1869 que extendeu a desarmotização dos chamados bens de mão morta aos passais...

A alienação dos passais provocou a pobreza do padre da aldeia. O compasso pascal terá sido uma forma expedita, de iniciativa dos paroquianos, para compenssar a perda de receitas do pároco. As esmolas que as famílias põem no saco do compasso, no final da visita, reverteria originalmente para o bolso do padre.... 

As coisas hoje já não são exactamente assim... A visita pascal é um pretexto também para a afirmação social, o exibicionismo dos vizinhos e parentes mais ricos, que são capazes de gastar uns bons contos de réis em foguetório... Mesmo com crise, este ano, o fogo esteve à altura da tradição...

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