26 setembro 2017

Homenagem ao nosso pai, que faria hoje 106 anos





Pai, farias hoje cento e seis anos,

E eu gostaria de te sentar à mesa,

Para te fazer uma grande surpresa,

Comigo, com as manas e os manos.



Posta a mais bela toalha de linho,

Cantar-te-íamos os parabéns,

À proveta idade que tu já tens.

E brindaríamos com o nosso vinho.



P’ra matar saudades não chega um dia,

E aqui é que aparece, por magia,

Também a querida mãe de todos nós.



Seria a noite mais bela e comprida,

Alguma vez por todos nós vivida,

Na nossa terra e casa de Candoz.



26/9/2017, Maria Alice Ferreira Carneiro

09 setembro 2017

Vídeo de homenagem aos trabalhadores da "vinha do Senhor"...


Região Demarcada do Vinho Verde, sub-região de Amarante > Marco de Canaveses, Paredes de Viadores, Candoz, Quinta de Candoz, 3 de setembro de 2017

Vídeo  (5' 29'') alojado no You Tube > Luís Graça


Quinta de Candoz > Foto panorâmica da entrada principal, vista da estrada municipal nº 642


Quinta de Candoz > Muros de suporte, que hoje em dia custa milhares de euros (60 euros por metro cúbico, em média, ao preço local)


Quinta de Candoz > Vinha em altitude (c. 250/300 metros), roubada à floresta de carvalho e castanheiro...Acima, são os "montes" (pinhal...). O sobreiro cresce aqui a olhos vistos, embora não dê cortiça de jeito...


Quinta de Quandoz > O "sino" que chama "os trabalhadores da vinha do Senhor" para o almoço...
Fotos (e legendas) : © Luís Graça (2017). Todos os direitos reservados. [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné].
 
1. Começou ontem a vindima na Quinta de Candoz, e eu tenho pena de lá não ter podido estar, até porque fazia anos o José Ferreira Carneiro (um dos meus sócios, meu cunhado, amigo e camarada de armas: o "caçula" fez a guerra do utramar em Angola, em Camabatela, 1970/71, enquanto o mano velho, o Tó,  foi gravemente ferido em Moçambique, sendo hoje DFA)...

Como temos aqui, no nosso blogue, alguns conceituados vitivinicultores (, estou-me a lembrar logo do nosso José Manuel Lopes e da Luisa Lopes, da Quinta da Senhora da Graça), e muitos mais são os "adoradores de Baco", lembrei-me de mostrar-vos este vídeo...

 Para a nossa geração, a vinha e a cultura da vinha são-nos familiares... Somos do tempo em que o vinho dava de comer a um milhão de portugueses, mas os nossos agricultores, analfabetos, não sabiam fazer vinho...No espaço de uma geração (!)  fez-se uma revolução em Portugal, em matéria de vitivinicultura... E produzimos já alguns dos melhores vinhos de mesa do mundo... Não galo dos enólogo, das "estrelas"... Há muita gente anónima por detrás desta revolução, de métodos de trabalho, de ténicas, de conhecimentos, de gestão, e sobretudo de mentalidades... Em suma, é bom que os nossos filhos, netos e bisnetos conheçam um pouco do que é o campo, a agricultura que se faz hoje, donde provém o vinho, o milho, as batatas, a alface, as pêras,  etc.

A Quinta de Candoz situa.-se na região demarcada do vinho verde, sub-região de Amarante. Fomos dos primeiros, na extinta freguesia de Paredes de Viadores (hoje freguesia de Paredes de Viadores e Manhuncelos), a modernizar a cultura da vinha, nos anos 80 do século passado. A quinta, de herança familiar, pertence a 4 sócios (3 irmãs e 1 irmão). Tem meia dúzia de parcelas, em solcalcos, suportados por muros de granito, construidos ao longo dos séculos por gente anónima, à força bruta de braço... No total, o nº de pés de videira não chegará às 2 mil, metade dos quais estão no "campo" que se mostra no vídeo acima. Só temos castas de vinho branco (arinto ou pedernã, azal, loureiro, e algum avesso e alvarinho).  O essencial da produção é vendido à "Aveleda" (Penafiel).  De dois em dois anos, fazemos vinho e engarrafamos para autoconsumo...

Com este vídeo, que não é promocional, eu quero apenas fazer uma homenagem aos trabalhadores da vinha e do vinho do meu querido país, em geral, e em muito em particular aos que continuam a manter de pé "a nossa quinta de Candoz": sem eles, o seu amor, inteligência, competência e sacrifício, eu não poderia mostra-vos este vídeo... Um hectare de vinha, num sub-região como esta, dá muito trabalho: pelo menos 2 dias por semana!... Do enxerto à poda, da "pulveriza" à vindima, vão muitos dias, horas, insónias, preocupações, trabalhos, dinheiro... Não vou entrar aqui em pormenores, técnicos, até porque sou um leigo nesta matéria, sou apenas o "poeta" e o "fotógrafo" da casa... Criei em 2005 o blogue "A Nossa Quinta de Candoz", que é sobretudo um hino a uma família portuguesa, comum, igual a tantas outras, honesta e trabalhadora:

  "Candoz, Paredes de Viadores, Marco de Canaveses. A casa, as pedras, os muros, o chão, as minas, os carvalhos, os castanheiros, as vinhas... Na posse da família Ferreira Carneiro, há pelo menos dois séculos. Uma estória de loas e cantigas. Mas também de trabalhos (es)forçados. De pão e vinho sobre a mesa. De amor e de amizade. Rosa, Chita, Nitas, Zé, mais as respectivas caras metades (Quim, Luís, Gusto e Teresa). Pais fundadores: José Carneiro & Maria Ferreira."

Tenho uma ligação sentimental a esta quinta onde me casei... com a filha do "patrão" (ou uma das filhas)... Tenho uma bela amizade com os meus cunhados e cunhadas, e rendo-me ao amor com que, há mais de 3 décadas, cuidam deste patrimónuio familiar, como se fosse um jardim, sacrificando muito do seu tempo, dinheiro e, infelizmente, também saúde... Este vídeo é uma homenagem em especial ao Gusto e à Nitas, ao Zé, ao Adriano, os verdadeiros "trabalhadores da vinha do Senhor"... Daqui, da terra dos mouros, eu tiro-lhes o chapéu!... Muita saúde e longa vida que eles merecem tudo!... (LG)

Reproduzido do Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné

08 setembro 2017

Sessenta e oito mais um... Parabéns, querido mano Zé!



Quinta de Candoz, 1/9/2017; foto panorâmica. Foto LG


Quem faz anos, hoje, é o Zé,
O nosso mano querido,
Ferreira Carneiro é,
Gente de bom apelido.

Sessenta e oito mais um,
Diz, sem ponta de malícia,
Depois dos setenta, pum!,
É que ele vai ser notícia.

No clube septuagenário,
Estão já as manas e os cunhados,
À espera do centenário,
Serão todos bem festejados.

Toma, Zé, xicoração,
Tão rico como o almoço,
Hoje os parabéns se dão
A ti, menino e moço.

Tua santa padroeira,
Senhora do Castelinho,
Te encha a algibeira
De graveto… e miminho!

Tua mana Alice e teu cunhado Luís

Alfragide, 8 de Setembro de 2017