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Natal da Madalena, 2013
A angústia do papel branco
É coisa que dá aos poetas,
P’ra mais, agora que ando manco,
E vou-me abaixo das canetas.
O Natal não se compadece
Destas pequenas mazelas,
Quem é vivo sempre aparece,
Todos juntos, eles e elas.
O local de reunião
Não é Belém, é a Madalena,
Seja mouro ou cristão,
Quem não pode, fica com pena!
Os nossos anfitriões
Têm direito a gabadela,
Dos pequenos aos matulões
Todos vêm comer... na gamela.
É uma rica consoada,
Não tanto pelas iguarias,
Mas pela presença variada
Dos Josés e das Marias.
E até a avó do menino
Cá temos, a Dona Ana,
Nem cá falta um violino,
Nem um João nem uma Joana.
Até temos, p’ra completar,
Pedro, o pescador,
O tal que andava no mar,
E que foi atrás do Senhor.
Burro e vaca não há,
Mas não faltam as Carneiras,
Mais os pastores, os de cá e lá,
Que vêm cantar as janeiras.
Querubins e anjinhos,
Também os há com fartura,
São os nossos menininhos,
Que saudamos com ternura.
Mais apóstolos, só o Tiago,
Que há-de ser santo nas Compostelas,
Está agora cheio de bago,
A ver barrigas e costelas.
Rapaz solteiro e portista,
Tem casa nova na Baixa,
O nosso imagiologista,
Que pagou com dinheiro em caixa.
Das prendas do Pai Natal,
Destacaria a do João,
Um Stradivarius, que tal?!,
Que nos custou um dinheirão.
Mas, a do F’lipe, foi a melhor,
Um ano de estágio pago,
P’rás finanças, inspetor,
Fica rico ou fica gago.
Se ele tiver que ir p’ra Lisboa,
Piursa fica a Susana,
Não pode ter vida boa
Lá na terra da moirama.
Cada um cumpre o seu fado,
Diz o F’lipe com humor,
Eu, por mim, a servir o Estado,
Só o faço por ti, meu amor.
Mulher de sete talentos
É a Joana Carneiro,
Mete-se em muitos empreendimentos,
Mas o amor nunca é o primeiro.
Já fez mil coisas na vida,
De estórias é contadora;
Ainda te vou ver, querida,
De serpentes encantadora.
A Sandra e o Rui saudemos,
Companheiros deste dia,
E com eles também temos
O Miguel e a Sofia.
Falta o Pedro e a Patrícia,
Gente que nos alegra a janta,
E de quem direi, sem malícia,
Que pouco come e muito canta.
Pois que sejam também bem vindos,
Berta, Zé e demais vizinhos,
E façam o favor, meus lindos,
De provar os doces e… os vinhos.
Manda a Troika comer pouco
E, ainda menos, beber,
O Pai Natal está taralhouco
Vão-se todos mas é f…
Comam e bebam sem IVA,
Diz o Gusto, com todo o gosto,
Tenho escrita criativa,
Meu Natal não paga imposto.
E a ter que pedir, neste ano,
Algo à Troika e ao Pai Natal,
É que volte a ser soberano
O nosso querido Portugal.
Sintam-se todos contemplados,
Por estas quadras natalícias,
E nelas vão embrulhados
Meus abraços, beijos e carícias.
Piursa fica a Susana,
Não pode ter vida boa
Lá na terra da moirama.
Cada um cumpre o seu fado,
Diz o F’lipe com humor,
Eu, por mim, a servir o Estado,
Só o faço por ti, meu amor.
Mulher de sete talentos
É a Joana Carneiro,
Mete-se em muitos empreendimentos,
Mas o amor nunca é o primeiro.
Já fez mil coisas na vida,
De estórias é contadora;
Ainda te vou ver, querida,
De serpentes encantadora.
A Sandra e o Rui saudemos,
Companheiros deste dia,
E com eles também temos
O Miguel e a Sofia.
Falta o Pedro e a Patrícia,
Gente que nos alegra a janta,
E de quem direi, sem malícia,
Que pouco come e muito canta.
Pois que sejam também bem vindos,
Berta, Zé e demais vizinhos,
E façam o favor, meus lindos,
De provar os doces e… os vinhos.
Manda a Troika comer pouco
E, ainda menos, beber,
O Pai Natal está taralhouco
Vão-se todos mas é f…
Comam e bebam sem IVA,
Diz o Gusto, com todo o gosto,
Tenho escrita criativa,
Meu Natal não paga imposto.
E a ter que pedir, neste ano,
Algo à Troika e ao Pai Natal,
É que volte a ser soberano
O nosso querido Portugal.
Sintam-se todos contemplados,
Por estas quadras natalícias,
E nelas vão embrulhados
Meus abraços, beijos e carícias.
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