Fotos de LG
27 agosto 2014
Festa em honra de Nossa Senhora do Socorro, 2014: o grupo de bombos de Santa Eulália, Ariz, na Quinta de Candoz...
Vídeo 5' 44''
Vídeo 1' 47''
Marco de Canaveses > Paredes de Viadores e Manhuncelos > Candoz > Tabanca de Candoz > 26/7/2014.> Grupo de Bombos de Santa Eulália, Ariz, no peditório para a festa em hona de Nossa Senhora do Socorro (que é semopre no último fim de semana de julho)
Fotos e vídeos: © Luís Graça (2014). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem: LG)
1. Tinha prometido ao Agostinho que publicava estes vídeos no nosso blogue. Ele é o cantador do Grupo de Bombos de Santa Eulália, Ariz, Marco de Canaveses. Toca também concertina e caixa. Ele herdou o talento do seu avô que cantava à desgarrada. É uma geração, a do jovem Agostinho, que, felizmente. já não irá à guerra (esperamo-lo bem!), e que é guardiã e continuadora de tradições desta nobre e valente gente do Douro Litoral. Estas tradições fazem parte dos "nossos seres, saberes e lazeres" e são acarinhadas pelo família e anigos da Quinta de Candoz...
Quando chega o verão, há foguetes e alegria no ar. Estes jovens ganham uns cobres acompanhando os mordomos das festas no peditório , casa a casa. Neste caso, o peditória era para a festa da padroeira da freguesia de Paredes de Viadores (e que agora passou taambém a incluir a antuga freguesia de Manhuncelos), a Nossa Senhora do Socorro, que tem uma capela que remonta ao séc. XIX, num dos pontos altos do território da freguesia...
O Grupo de Bombos de Santa Eulália de Ariz tem página no Facebook.
2. Diga-se, de passagem, que Ariz, que é sede de freguesia, é hoje conhecida pelo seu carnaval, os seus foliões e cabecudos, mas também, no seu passado histórico, pela famigerada "forca de Ariz" onde terão sido foram exsecutados (, ficando dependurados os seus cadáveres, como forma de terror) muitos dos condenados à morte até à extinção da pena capital no nosso país... mas também alguns dos portugueses, vítimas da guerra civil, fratricida, entre liberais e absolutistas (1828-1834).
Ariz fazia parte, até 1852, do extinto concelho de Bem-Vuver (que ocupava a parte do sul do atual concelho de Marco de Canaveses)... Por estas terras também o lendário herói do "banditismo social", Zé do Telhado ( Castelões de Recesinhos, Penafiel, 1818 / Mucari, Malanje, Angola, 1875). e o seu bando, cujas façanhas ficaram na memória das gentes dos vales do Sousa e Tâmega (onde nasceu Portugal). Desterrado, Zé do Telhado morreu em Angola (onde a sua memória ainda é, ao que parece, venerada). (LG)
07 agosto 2014
Não sei se as "aves do paraíso" são felizes,,, mas em Candoz poderiam sê-lo (Luís Graça)
Não sei se as aves do paraíso são felizes…
por Luís Graça
Não sei se
as aves do paraíso
são felizes.
Mas em
Candoz poderiam sê-lo.
Não há aves do paraíso em Candoz
porque
Candoz fica no hemisfério norte,
longe dos
trópicos e longe do paraíso
(se é que
ele existe).
Dizem que as aves do paraíso
são as criaturas mais lindas do mundo.
Em Candoz, há outras
aves, outros pássaros,
daqueles que
rasgam os céus
e nidificam
na terra:
há
perdizes,
poucas e loucas;
poucas e loucas;
há pombos bravos dos pinhais,
e rolas, de
outras paragens,
alegres
pintassilgos,
ruidosos
pardais do telhado,
andorinhas,
cada vez mais,
no vaivém das suas viagens,
mas também boieiras, popas, verdilhões.
Há coros de
rouxinóis,
outras aves
canoras e canastrões,
melros de
bico amarelo
que fazem
seus ninhos nas videiras do vinho verde.
Não há
guarda-rios, azuis e vermelhos,
à cota
trezentos,
com o rio
Douro ao fundo do vale,
a serra de
Montemuro em frente.
Eça de
Queiroz.
meu vizinho,
da Quinta de Tormes,
deveria
gostar de Candoz
onde os
pássaros são livres,
e, se são
livres, logo serão felizes.
Pelo menos
têm grandes espaços para voar,
os pássaros
de Candoz.
Claro que há
os predadores,
o gaio, o
corvo, o búteo, o mocho, o milhafre…
A liberdade
é a primeira condição da felicidade.
Triste é o
melro na gaiola,
mesmo que esta
seja forrada a ouro.
A outra
condição é a equidade.
E eu aqui
presumo
que haja igualdade de oportunidades
na busca de
alimentos,
de sítios
para nidificar
e de parceiros
para acasalar.
As
andorinhas que por cá ficaram,
há mais de
uma década,
parecem ser
felizes.
São
inteligentes, as andorinhas,
e fazem
análises de custo-benefício,
como qualquer
economista.
Passam todo
o santo dia a caçar insetos
num raio de
500 metros à volta do ninho
que fizeram no
alpendre de uma das casas
em redor do fio
da lâmpada exterior.
É uma
insólita construção,
herdada de
geração em geração
e todos os
anos retocada ou reconstruída.
Já não
voltam para o norte de África,
ticam por
cá,
as
andorinhas de Candoz.
Se calhar
fogem de Alá,
do alvoroço
do povo
e dos tiros
das Kalash.
Afinal, a felicidade está onde nós a pomos,
mas nós nunca a pomos onde nós
estamos.
Lourinhã,
7/8/2014.
Há 38 anos
casei-me em Candoz
com a Chita,
a minha “ave
do paraíso”.
Foi o
primeiro casamento civil do ano,
no Marco de
Canaveses.
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