Candoz tem outro encanto... no Natal, na Páscoa, na festa da Senhora do Socorro, nas Vindimas, na hora da despedida...(Que não me interpretem mal os meus sócios e cunhados do Porto - e acima de tudo, amigos - para quem Candoz é o sábado, o 'levantar o cu cedo da cama', o frio da madrugada, a poda até Fevereiro, os enxertos, os trabalhos (es)forçados ao longo do ano, a vinha, o vinho, a horta, as batatas, as regas, o mato, a lavoura, a limpeza dos 'montes', o corpo dorido e cansado sábado à noite, 52 semanas por ano, etc., etc.).
O Natal vamos sempre (há quantos anos ?) passá-lo no Norte, primeiro em Candoz (até finais dos anos 80), e depois na Madalena, em Vila Nova de Gaia. O Natal é a família, os amigos. Somos recebidos como príncipes na Madalena, tratados magnanimamente pelo Gusto e pela Nitas, sem esquecer o Luís Filipe e o Tiago, que são os herdeiros daquele turismo de habitação... . E sem nunca ter ouvido ou lido o famoso provérbio popular, segredado, insinuado, pensado ou escarrapachado no espelho da casa de banho: "O peixe e o hóspede ao fim de três dias fedem". E, depois, o melhor, ainda é a conta que nos apresentam, no final das férias...
Na realidade, estamos em casa na Madalena, sentimo-nos em casa na Madalena, Rua Dom Afonso Henriques, nº 30. É o melhor hotel de Portugal, passe a publicidade.
Mas o Natal também são as cores, os cheiros, os sabores da aldeia... Vamos sempre a Candoz matar saudades, mesmo que o Natal agora seja no Porto. Aqui ficam alguns registos, breves, fotográficos, no Natal dos mouros no Norte, e sobretudo da curta visita (com almoço, para comer o arroz de grelhos com moiras...) do dia 26 de Dezembro de 2005. L.G.
A Foz do Douro, ao pôr do sol, vista de carro na ponte da Arrábida, no sentido norte-sul
Um aspecto da nossa vinha, com as serras, ao fundo, que inspiraram o Eça de Queiroz e o seu príncipe Jacinto...
A linha do Douro ao fundo, no troço entre as estações do Juncal e de Mosteiró...
A penca, a famosa penca, comida com o bacalhau lascudo do Natal... No dia seguinte faz-se o não menos famoso farrapo velho...
As cores (fabulosas) dos nossos carvalhos e castanheiros nesta altura do ano...
Um arbusto que em Candoz não está em extinção...
Folha e bolota do carvalho...
As crianças divertem-se, apesar do frio...
Sangue, suor e lágrimas... Uma terra roubada à floresta de carvalhos e de castanheiros...
As delícias do fotógrafo...
A albufeira da barragem do Carrapatelo, com Porto Antigo ao fundo... Paragem obrigatória dos barcos rabelos de antigamente...
A Igreja da Freguesia do Grilo vista de Candoz com uma aproximação de 12 vezes.
O estrume que vai alimentar as videiras... Os muros de pedra que suportam as leiras...
01 janeiro 2006
As cores e os sabores do nosso Natal de 2005
Sou sociólogo do trabalho e da saúde, doutorado em saúde pública, professor na Escola Nacional de Saúde Pública, Universidade Nova de Lisboa, em Lisboa... Sou casado com a Alice, e tenho dois filhos: (i) Joana, psicóloga e ilustradora; e (ii) João, médico e músico. Fiz a guerra colonial na Guiné (CCAÇ 12, Contuboel e Bambadinca, 1969/71). E-mail
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