O azevinho da Nossa Quinta de Candoz
No Natal da Madalena,
Foi-se a musa de sabática,
Tenham pena, muita pena,
Está o poeta c’o a ciática.
Está o poeta c’o a ciática,
Mas temos o cavaquinho,
Revolve-se a problemática,
E chama-se o Joãozinho.
E chama-se o Joãozinho,
Tiago, Pedro, Tia Nita,
E logo num instantinho,
Forma-se um grupo catita.
Forma-se um grupo catita,
Do jazz à gente fadista,
E até a Joana imita
A bela Júlia florista.
A bela Júlia florista
Via caras, mas não c’roas,
Pois é, ó economista,
Lá sem guita não há… broas,
Lá sem guita não há… broas,
Mas ó da casa, ó patrão,
Tantas coisas e tão boas,
Vão p’ró rol da gratidão.
Vão p’ró rol da gratidão,
Vão p’ró deve e p’ró haver,
Calam fundo no coração,
Dão sentido ao viver.
Dão sentido ao viver
Destas nossas sete famílias,
Uma história p’ra escrever,
Tão bonita, sem quezílias.
Tão bonita, sem quezílias,
Palavras não são despesa,
Marias e até Emílias
Ficam bem à nossa mesa.
Ficam bem à nossa mesa,
Os nossos anfitriões,
Amizade e gentileza,
Disso são os campeões.
Disso são uns campeões
Um exemplo de beleza,
Muito pouco comilões,
Ficam bem em qualquer mesa.
Ficam bem em qualquer mesa,
Com linho, seda ou papel,
É sempre a mesma nobreza,
Jingle bell, jingle bell.
Jingle bell, jingle bell,
Que o jantar nem estava mau,
Muitos doces com papel,
Nem faltou o bacalhau.
Nem faltou o bacalhau,
Que já foi mais fiel amigo,
Anda com cara de pau,
Estando agora em perigo.
Estando agora em perigo,
Nas mãos dos noruegueses,
Quiçá até inimigo,
À mesa dos portugueses,
À mesa dos portugueses,
Pai Natal da Madalena,
Tens crianças, teus fregueses,
Trazes prendas e uma rena.
Trazes prendas e uma rena
Meu querido Pai Natal,
Cá na nossa Madena,
Não faltou o essencial.
Madalena, Noite de Consoada, 24 de Dezeembro de 2010
Luís Graça
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